Em resposta a um dia de intensos protestos em Buenos Aires, o presidente argentino, Javier Milei, anunciou nesta quarta-feira (20) uma série de medidas econômicas como parte de um plano de estabilização de choque. Em um discurso transmitido em rede nacional, Milei destacou a necessidade de reformas para enfrentar a atual crise econômica.
O presidente não hesitou em criticar governos passados, políticos e o que ele denominou como a “sociedade coletivista argentina”. Em oposição ao espírito da Constituição liberal do país, que buscava limitar o poder do Estado em defesa da vida, liberdade e propriedade, Milei destacou a expansão do poder estatal nos últimos 100 anos, resultando na destruição significativa da riqueza nacional.
Milei apresentou um plano de 30 medidas econômicas abrangentes, visando a reestruturação do cenário econômico. Algumas das principais medidas incluem a revogação de leis como a do aluguel, abastecimento, gôndolas, nacional de compras e do observatório de preços do Ministério da Economia.
Além disso, o presidente propõe a transformação de todas as empresas estatais em sociedades anônimas para posterior privatização, a modernização do regime de trabalho para impulsionar a geração de empregos e a reforma do Código Aduaneiro para facilitar o comércio internacional.
O anúncio ocorre em meio a protestos que mobilizaram milhares de manifestantes em Buenos Aires, demonstrando a polarização em torno das políticas de Milei. Apesar das tensões, os protestos transcorreram sem confrontos policiais.
Essa série de medidas representa a primeira grande iniciativa econômica do governo Milei, que assumiu a presidência em 10 de dezembro. O presidente enfatiza a necessidade de reconstrução e espera que essas medidas pavimentem o caminho para a estabilização econômica do país.